A cirurgia guiada vem revolucionando as reabilitações com implantes osseointegráveis, valendo-se do grande avanço tecnológico nos sistemas de aquisição de imagens, tanto tomografias como scanners intraorais, bem como a melhora contínua dos softwares de planejamento e das impressoras 3D. A técnica é indicada para os desdentados totais, tanto em maxila como mandíbula, bem como para os desdentados parciais, seja para um caso unitário ou múltiplo. O professor do curso de especialização em Implantodontia da APCD-IESP, Walterson Mathias Prado, explica que para um desdentado total superior, por exemplo, “realizamos duas tomografias computadorizadas, uma do paciente com a prótese total e outra apenas da prótese total. No software, conseguimos sobrepor as duas imagens obtendo informação da espessura de gengiva, anatomia do osso, detalhes anatômicos e a futura posição dos dentes. Fazemos a cirurgia virtual, operando inicialmente o paciente no computador, transportando o resultado final desse processo para a impressora 3D, que irá fabricar o guia cirúrgico. Com o uso de um kit cirúrgico específico e o guia 3D, conseguimos instalar os implantes na posição planejada, em campo fechado”. Trata-se de uma técnica minimamente invasiva. “Podemos operar o paciente sem incisões e descolamentos de fibromucosa, o que diminui muito o sangramento, finalizando a cirurgia sem suturas.”O pós-operatório torna-se muito mais tranquilo, diminuindo a morbidade e o uso de medicamentos para dor. Além dessas vantagens, o cirurgião obtém o correto posicionamento tridimensional dos implantes, otimizando os resultados protéticos. Como desvantagens, podemos citar a necessidade de um treinamento mínimo para se adaptar ao sistema e a trabalhar em campo fechado, bem como a impossibilidade de mudança do planejado no decorrer da cirurgia. Como contra indicações da técnica, alertamos para a abertura restrita de boca, necessidade de extrações múltiplas com regularização óssea no momento da instalação dos implantes e quantidade de osso insuficiente, sendo necessário enxerto prévio aos implantes. Walterson explica que “o tão valorizado planejamento reverso não tem como ser negligenciado na cirurgia guiada, pois preparamos o caso levando em conta a posição da futura prótese. Dessa forma, obtemos perfeito posicionamento tridimensional dos implantes, proporcionando melhores resultados nas reabilitações”.
Quanto ao ato cirúrgico, a satisfação dos pacientes é sempre acima das expectativas, pois a cirurgia é muito rápida e o pós-operatório torna-se extremamente tranquilo. No curso de especialização em Implantodontia da APCD-IESP, “temos incentivado os nossos alunos a fazerem cirurgias guiadas. Selecionamos os pacientes, fazemos a avaliação do planejamento e ensinamos os detalhes da técnica, trabalhando lado a lado com nossos alunos.” O profissional que se habilita em realizar essa técnica apresenta como diferencial o uso da tecnologia visando o planejamento adequado e bem-estar dos seus pacientes, com menor trauma e tempo reduzido de cirurgia. Além disso, abre uma nova possibilidade de indicações, operando pacientes que apresentam algumas restrições de ordem médica, os quais necessitam de intervenções curtas, pouco invasivas, evitando sangramentos e usando quantidades reduzidas de anestésico e drogas no pós operatório, como os anti-inflamatórios. “É importante destacar que a técnica exige uma curva de aprendizado, tecnicamente mais simples que de outros procedimentos avançados da Implantodontia, mas não menos importante. Como qualquer nova técnica, deve ser treinada, e preferencialmente dentro do sistema escolhido pelo profissional, pois há diferenças técnicas e de medidas entre as marcas, o que pode gerar confusão”.
Texto: Mariana Pantano
Fonte/Autor: http://www.apcd.org.br/index.php/noticias/1272/em-foco/18-07-2018/cirurgia-guiada-em-implantodondia-vantagens-e-limitacoes.